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O casamento perigoso entre estado e moeda: Como o sistema fiduciário está corroendo sua riqueza

O casamento perigoso entre Estado e moeda: Baseado no livro "Em nome do povo" De Bruno Perini"

Vagner Engracia

6/26/20254 min read

O casamento perigoso entre Estado e moeda: Como o sistema fiduciário está corroendo sua riqueza

Uma análise sobre os mecanismos ocultos que fazem seu dinheiro valer cada vez menos

Imagine descobrir que existe um mecanismo silencioso operando 24 horas por dia, todos os dias, transferindo sua riqueza para outros sem que você perceba. Parece teoria da conspiração? Infelizmente, é apenas economia monetária moderna.

O fim de uma era: Quando o dinheiro perdeu seu lastro

Em 1971, o presidente americano Richard Nixon tomou uma decisão que mudaria para sempre a economia mundial: encerrou a conversibilidade do dólar em ouro. Esse evento, conhecido como "Nixon Shock", marcou o fim definitivo do padrão-ouro e deu início à era das moedas fiduciárias - dinheiro que vale apenas porque o governo diz que vale.

O que mudou?

Antes de 1971:

✅ Cada dólar representava uma quantidade específica de ouro

✅ Governos não podiam imprimir dinheiro indefinidamente

✅ Inflação era naturalmente limitada

Depois de 1971:

❌ Moedas passaram a ser lastreadas apenas em "confiança"

❌ Governos ganharam poder ilimitado de criação monetária

❌ Inflação tornou-se uma ferramenta de política econômica

A máquina de fazer dinheiro (e destruir riqueza)

Como funciona a emissão monetária moderna

O processo é mais simples (e assustador) do que você imagina:

1. Governo precisa de dinheiro para financiar gastos

2. Emite títulos da dívida (promessas de pagamento futuro)

3. Banco Central "compra" esses títulos criando dinheiro do nada

4. Nova moeda entra na economia sem contrapartida real de valor

O resultado inevitável: Inflação

Quando há mais dinheiro circulando sem aumento proporcional de bens e serviços, os preços sobem. É matemática pura:

Mais dinheiro + Mesma quantidade de produtos = Preços mais altos

O caso brasileiro: Uma história de desvalorização

O Brasil é um laboratório perfeito para entender os efeitos devastadores da manipulação monetária:

Nossa trajetória inflacionária

Anos 80/90: Hiperinflação chegou a mais de 1000% ao ano

Múltiplas moedas: Cruzeiro, Cruzado, Cruzado Novo, Cruzeiro Real…

Plano Real (1994): Trouxe estabilidade, mas não eliminou o problema

Inflação "controlada": Meta de 3-4% ao ano ainda corrói poder de compra

O impacto real na sua vida

Considere estes números:

R$ 1.000 em 1994 (início do Real) equivalem a aproximadamente R$ 4.500 hoje

Sua poupança perdeu 77% do poder de compra em 30 anos

Salários raramente acompanham a inflação real

A revolução silenciosa: Bitcoin como alternativa

Por que Bitcoin é diferente?

Enquanto governos podem imprimir dinheiro indefinidamente, o Bitcoin possui características únicas:

Escassez programada

Oferta máxima: 21 milhões de bitcoins (nunca mais que isso)

Emissão decrescente: A cada 4 anos, a criação de novos bitcoins diminui pela metade

Transparência total: Toda transação é pública e auditável

Descentralização

Sem controle governamental: Nenhum país ou instituição controla o Bitcoin

Resistente à censura: Impossível de ser "desligado" ou confiscado facilmente

Global: Funciona 24/7 em qualquer lugar do mundo

Bitcoin vs. Moedas Fiduciárias

Estratégias de proteção patrimonial

1. Diversificação monetária

Não mantenha 100% em Real: Diversifique entre moedas fortes

Considere criptomoedas: Bitcoin como reserva de valor digital

Moedas estrangeiras: Dólar, Euro para proteção cambial

2. Ativos reais

Imóveis: Historicamente acompanham ou superam a inflação

Ações: Participação no crescimento de empresas reais

Commodities: Ouro, prata, petróleo como hedge inflacionário

3. Educação financeira

Entenda os mecanismos: Como inflação afeta seus investimentos

Acompanhe indicadores: IPCA, IGP-M, índices internacionais

Planeje a longo prazo: Pense em décadas, não meses

Os desafios da transição

Obstáculos regulatórios

Tributação: IR sobre ganhos de capital em criptomoedas

Complexidade: Necessidade de educação técnica

Volatilidade: Bitcoin ainda apresenta oscilações significativas

Barreiras práticas

Acesso tecnológico: Nem todos têm conhecimento digital necessário

Infraestrutura: Internet e energia elétrica são pré-requisitos

Aceitação: Poucos estabelecimentos aceitam Bitcoin diretamente

O futuro do dinheiro

Estamos vivenciando uma transição histórica. Assim como a internet revolucionou a comunicação, as criptomoedas estão revolucionando o dinheiro.

Tendências emergentes

CBDCs: Moedas digitais de bancos centrais (Real Digital)

Adoção institucional: Empresas incluindo Bitcoin no balanço

Países pioneiros: El Salvador adotou Bitcoin como moeda legal

Regulamentação: Marcos legais mais claros em desenvolvimento

Conclusão: Sua riqueza, sua responsabilidade

O sistema monetário atual foi projetado para beneficiar quem está mais próximo da "impressora de dinheiro" - governos e grandes instituições financeiras. Você, como pessoa física, está na ponta final dessa cadeia, recebendo o dinheiro quando ele já perdeu parte de seu valor.

A escolha é sua

Aceitar passivamente a erosão do seu poder de compra

Ou tomar medidas ativas para proteger e fazer crescer sua riqueza

Bitcoin não é uma solução mágica, mas representa uma alternativa real ao sistema monetário tradicional. É uma tecnologia que, pela primeira vez na história, permite que indivíduos tenham controle total sobre seu dinheiro, sem intermediários ou governos.

Primeiros passos

1. Eduque-se: Entenda como funciona o sistema monetário atual

2. Diversifique: Não coloque todos os ovos na mesma cesta

3. Comece pequeno: Invista apenas o que pode perder em ativos voláteis

4. Pense a longo prazo: Mudanças monetárias levam décadas para se consolidar

O casamento entre Estado e moeda tem sido lucrativo apenas para um dos cônjuges. Talvez seja hora de considerar o divórcio.

E você, já parou para calcular quanto sua poupança perdeu de valor nos últimos anos? Como pretende proteger sua riqueza da desvalorização monetária?

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Baseado no livro "Em nome do povo" de Bruno Perini.